terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tuneis Secretos (CTBA)


Tudo começou há cerca de um ano, quando Ofenbock leu o livro Secret Cities of Old South America, escrito em 1952 pelo jornalista, explorador e ufólogo Harold T. Wilkins (1891-1960). A obra mencionava túneis subterrâneos ligando Curitiba a Ponta Grossa e chegando a construções do império inca.
 

O professor Key Imaguire, da Universidade Federal do Paraná, acredita em uma hipótese que seria a mais aceitável: a de que doentes leprosos fizeram o túnel para se esconder de uma possível perseguição. Na História do Paraná não há registros de que pessoas com hanseníase foram perseguidas a ponto de terem de fugir. O fato de ter existido, na região, um hospital de leprosos, porém, faz com que a teoria de Key possa estar certa. “No local onde estava o alçapão que dava acesso ao túnel, havia uma casa de madeira que era ocupada por doentes infectados. Quando fui ao local com meu irmão para fazermos as fotos, a residência estava destruída. Mas o túnel continuava lá, mesmo que interrompido depois de uns poucos metros”, diz. O túnel teria sido conservado até 1926, segundo Key. Depois disso, o hospital foi transferido para Piraquara e o local teria ficado sem utilidade alguma.

O morador Walter Mazurik, que vive há 40 anos próximo do Bosque Gutierrez, afirma ter brincado, quando criança, no túnel fotografado. “Descíamos um corredor e chegávamos a uma sala maior. Mas íamos lá só para brincar e assustar os amigos. Não me lembro dos detalhes.” Ele afirma que chegou a ter contato com o antigo proprietário do terreno onde estaria o alçapão. “Há uns dez anos ele fez, do início do túnel, uma adega, porque lá era gelado. Mas acho que hoje não existe mais nada”



 
Suposições sobre a origem dos túneis das Mercês envolvem histórias macabras e até bizarras – elas também não têm nenhuma comprovação científica. Uma delas é a crença de que no final do túnel haveria um crematório que era usado pelo pessoal do hospital para incinerar os corpos dos que morreram de hanseníase. para que os corpos infectados não fossem transportados pela cidade (infectando os outros), eles iriam pelos túneis. Há ainda quem acredite que os jesuítas – em uma breve passagem por Curitiba – teriam feito os túneis para poder circular por Curitiba sem serem vistos. Key elimina totalmente esta versão porque ele diz que os jesuítas nunca chegaram a Curitiba e foram expulsos do Brasil por volta de 1759. Como os jesuítas tinham uma técnica apurada para fazer túneis (deixaram vestígios em outros países latinoamericanos), acredita-se que todo túnel construído era deles.

    O professor também não dá créditos para a possibilidade de os túneis terem sido feitos por imigrantes alemães, italianos ou outros povos perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial, porque as perseguições aconteceram de maneira inesperada, o que impossibilitaria um planejamento com tempo para a construção de um túnel de tamanha complexidade.
     Para pesquisadores que estudaram os leprosários de Curitiba, a história dos túneis também soa estranha, pois os doentes que ficaram na região das Mercês normalmente estavam em estado terminal, por isso não teriam forças para fazer tais construções. “É difícil investigar, porque a maioria do pessoal que viveu esta época já morreu”, admite Key. Resta saber se alguém se atreveria a escavar o bairro Mercês em busca de mais vestígios – é óbvio que, para isso, seria necessário destruir muitas quadras e, talvez, em vão. O caminho dos túneis provavelmente está soterrado por causa das intervenções urbanas.



Lendas:

A Freira e o Padre do Subsolo:

No século dezenove havia , numa cidade no interior do Paraná , uma menina chamada Gertrude e um menino chamado Paulo  . Eles começaram a namorar escondido na infância . Porém havia um problema , quando Paulo tinha dois anos de idade contraiu meningite . Então sua mãe , dona Ana ,  prometeu , aos santos , que se o seu filho sarasse ,  sem seqüelas ,  ele seria padre . Assim quando o rapaz chegou à puberdade , dona Ana mandou seu filho a um seminário , em Curitiba . Gertrude , descobrindo o fato , ficou desiludida , resolveu virar freira e foi mandada a um convento , também , na cidade de Curitiba .
Quando Paulo chegou ao seminário , tratou de conhecer todo o estabelecimento e cada canto do local . Na biblioteca , que ficava no subsolo , ele escorregou num tapete e notou que debaixo dele havia uma espécie de alçapão , mas a tampa estava trancada com um cadeado .
Então , numa certa noite , este seminarista escondeu – se na biblioteca e notou que alguns padres , entravam naquela passagem secreta e que a chave , do local , ficava pendurada no pescoço do pároco que dava aulas de História .
Alguns dias depois , teve uma festa no seminário , regada a boa comida , música e  excelente vinho . Assim Paulo , aproveitando – se que o professor estava bêbado arrancou – lhe a chave do pescoço e abriu o local secreto . Desta forma ele descobriu que aquele lugar , não era um simples porão , e sim uma galeria secreta enorme que passava por baixo de todo o centro da cidade e ainda por cima fazia a ligação daquele mosteiro com conventos e colégios religiosos . De uma forma esperta o rapaz fez a cópia da chave , naquele mesmo dia , e depois devolveu o objeto ao pescoço do mestre , sem ele perceber .
A partir daquele momento o seminarista passou a passear pelas galerias subterrâneas da cidade .
Já  no convento onde Gertrude estava , tudo ia normal até que um dia a noviça entrou na
 biblioteca para ler livros de poesia . Porém de dentro de uma destas obras caiu uma espécie de mapa . A jovem analisou o documentou e descobriu que tratava – se  de uma passagem secreta que dava para os subterrâneos do centro de Curitiba . Ela descobriu  que o túnel secreto começava , no camarim , do teatro dos órfãos que o convento cuidava . Numa madrugada , onde todos estavam dormindo , a donzela pegou o mapa e resolveu passear pelas galerias do subsolo . No meio do caminho ela encontrou – se com Paulo e os dois falaram ao mesmo tempo :
- O que você está fazendo aqui ?!
Após este espanto , os dois conversaram , se entenderam e passaram a namorar , ás escondidas , nas galerias do subterrâneo de Curitiba .
Alguns meses depois coisas estranhas começaram a acontecer com Gertrude : ela começou a engordar , passou a ter enjôos e tonturas constantes . Sua companheira de quarto , a invejosa Irmã Agda ,  começou a desconfiar que a moça estava grávida e passou a vigiar todos os passos de sua colega . Numa madrugada a freira seguiu os passos da noviça e descobriu que ela se encontrava com um seminarista pelas passagens secretas . Então Agda contou tudo para a Madre Superiora . Como naquela época era um escândalo uma freira ser mãe solteira e temendo que a população descobrisse o segredo dos túneis subterrâneos , a diretora do convento pediu para que Adga se livrasse de Gertrude . Então , enlouquecida de inveja da estória de amor que sua colega tinha , ela comprou muitas bananas de dinamite e colocou nas galerias do subsolo . Assim quando o casal se encontrou , Agda explodiu com os túneis e todo o centro da cidade sentiu , porém a população pensou que trava – se de um tipo de terremoto . Algumas horas depois , a irmã  verificou se os túneis ficaram destruídos e eles transformaram – se em  pedras .
Uma semana depois , ela teve o seguinte pesadelo :
Gertrude apareceu e disse :
- Agda , você queria me matar com a explosão ...
- Mas, eu não morri !
- Além disto ,  o túnel do subterrâneo voltou ao normal . Agora ele está intacto !
A freira acordou , no meio da noite , suada e assustada . Desta maneira ela foi até as galerias do subsolo para conferir . Então a irmã ficou assustada ao ver que os túneis estavam inteiros e ,  no meio deles ,  ela viu o espírito de Gertrude que exclamou :
- Eu ficarei por aqui por muitos e muitos anos !
A freira assustada , voltou ao convento e trancou – se em seu quarto . Alguns anos depois ela foi internada no Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz .


O Fantasma da Freira das Galerias Subterrâneas :

Marcelo era um menino de cinco anos que gostava de aventuras . Um certo dia ,  ele descobriu uma passagem secreta , debaixo da ponte de um rio , que ficava perto do Shopping Mueller . Ele entrou por dentro deste túnel e ficou encantado ,  pois descobriu que nesta galeria dava para ver como era o  subsolo de todo o centro de Curitiba . Porém , quando o garoto tentou voltar para casa , viu que a trilha só saía em  labirintos e começou a rezar :
- Por favor , meu anjo da guarda , me ajude !
- Eu estou perdido e preciso voltar para casa !
De repente , uma freira apareceu :
- Calma , minha criança ...
- Meu nome é Gertrude e irei ajuda – lo !
- Basta me seguir .
Marcelo seguiu a moça que o deixou debaixo da ponte do mesmo rio . Desta maneira o menino falou :
- Obrigada !
- Agora posso voltar para casa !
- E você ?
- Por que não vem para o mundo aqui fora ?
Gertrude respondeu :
- Eu não pertenço mais a este mundo ...
- Minha função é ajudar  as crianças que se perdem nos túneis subterrâneos de Curitiba .
- Eu estava grávida no dia em que perdi a vida nestas galerias ...
O garoto comentou :
- Não entendi nada .
A freira  exclamou :
- Agora volte para casa !
Após falar estas palavras a moça desapareceu na frente da criança .
Diz o mito  que o espírito dela sempre salva as crianças que se perdem nas galerias subterrâneas da cidade .

A Alma do Padre do Subsolo de Curitiba:

Helen era uma jovem católica , muito religiosa ,  que gostava de freqüentar igrejas históricas .
Um certo dia ,  ela estava na Catedral Metropolitana de Curitiba , localizada na Praça Tiradentes . Quando , de repente , viu no meio dos fiéis um frei muito pálido e misterioso . Na hora em que acabou a missa este sacerdote desapareceu na multidão .
Então a moça foi até a Igreja do Rosário , localizada no Largo da Ordem e no meio da platéia ela avistou o mesmo frade misterioso . Assim a donzela seguiu o pároco que , no meio de uma rua deserta , tirou a tampa do esgoto e entrou dentro de um bueiro .
Alguns dias depois , numa quarta – feira nublada e cinzenta ,  Helen pegou um ônibus chamado Novena para ir até a novena da Igreja do Perpétuo Socorro . Perto dela sentou – se uma senhora de idade e as duas começaram a conversar . Papo vai e papo vem as mulheres começaram a conversar sobre as lendas e os mistérios de Curitiba . No auge da conversa Helen disse :
- Uma vez eu vi um frade estranho assistindo a Missa na Catedral Metropolitana de Curitiba e na hora que o ritual acabou ele desapareceu entre a multidão . Depois fui a uma missa na Igreja do Rosário e vi o mesmo padre , depois segui esta pessoa que destapou a tampa de um bueiro e entrou dentro dele .
Assim a idosa falou :
- Este é o frei da lenda dos túneis secretos dos subterrâneos da cidade . Diz o mito que , há cem anos atrás ,  ele se encontrava , às escondidas , com uma freira nestas galerias do subsolo . Porém uma explosão matou os dois lá dentro . Mas o povo fala que a alma do casal  vaga pela cidade .
Após estas palavras as duas desceram no ponto da igreja para rezarem a novena . Na hora da saída , Helen notou que sua nova amiga afastou – se dela . Porém a jovem seguiu aquela senhora e viu que ela foi parar embaixo da ponte do rio que fica perto do Shopping Mueller . Lá a moça avistou a velhinha e o mesmo frei misterioso . Os dois estavam  ajoelhados e rezando .

O Andarilho Que Morreu Dentro do Subterrâneo

Reza a lenda que , em 2009 na cidade de Curitiba , havia um morador de rua com problemas de dependência química que vivia fugindo das autoridades ,  e , também dos marginais  . Ele tinha o mapa secreto  das galerias subterrâneas e , quando a situação ficava ruim para o seu lado , costumava se esconder dentro delas .
Uma certa noite ,  este rapaz , que estava bêbado , fugia  de uma gangue perigosa . Então ele se enfiou dentro de um túnel subterrâneo .  Mas devido ao efeito da bebida , este moçou pegou o caminho errado e acabou morrendo , sufocado num bueiro , da Rua Senador Alencar Guimarães .
No dia seguinte seu corpo começou a feder . Assim comerciantes e moradores chamaram as autoridades competentes , que durante o dia , não se manifestaram . Porém , de madrugada , uma moradora de um prédio daquela rua , viu carros estranhos pararem no local de onde vinha o mau cheiro . Assim esta senhora notou que as pessoas saíram dos automóveis , tiraram a tampa do bueiro e retiraram algo grande de dentro dele , que não dava para ver o que era  porque naquele exato momento faltou luz .Coincidentemente , após esta confusão toda , o cheiro horrível desapareceu .
A mídia apenas comentou o problema do fedor na Rua Senador Alencar Guimarães . Mas depois do ocorrido com os carros estranhos , ela calou – se .

 BY: @JohnssonPatrick