terça-feira, 2 de agosto de 2011

7 mil famílias estão isoladas no município de Cerro Azul.



O vão na PR-092, no trecho em que é cruzada pelo Rio Ribeira, tornou-se um lugar de visitação desde a queda da ponte na manhã de segunda-feira (1º). As histórias são de pessoas que tiveram as rotinas interrompidas. “São cerca de sete mil famílias isoladas. (...) Devem ser umas duas mil propriedades rurais, a maioria em época de colheita”, lamenta o coordenador municipal da Defesa Civil de Cerro Azul, José Nunes do Nascimento.
Um professor de matemática diz “não posso dar aula, porque a escola fica do outro lado”. Ele está em Cerro Azul, no Paraná, e a escola em que trabalha fica em um trecho do mesmo município, limite com Doutor Ulysses, mas na outra margem do rio.
No único abrigo público da cidade – montado em uma escola municipal – são poucas as pessoas. Isso porque as mais de 300 que tiveram de deixar as casas no domingo (31) foram para residências de parentes e amigos, e todos estão de um mesmo lado do rio. Mas alguns foram pegos absolutamente de surpresa: tinham em mente ir ao centro da cidade, do outro lado, e voltar no mesmo dia.
O agricultor Daniel de França Vaz, 43, acha o abrigo “confortável, fomos muito bem tratados. (...) Mas é que a gente não sabe quando é que vai voltar”. E confirma que está na época de colher e que “é até difícil saber de quanto vai ser o prejuízo”.