quinta-feira, 16 de junho de 2011

In my life By: Álvaro

Ouço o “toc-toc-toc” dos sapatos na rua e penso que pode ser você chegando. Tanto tempo se passou e acho que nem me lembro do som de sua voz. A cada novo barulho, levanto os olhos do computador, onde escrevo malversadas linhas, para ver se é você. Mas não é. Antes você não se atrasava e a perspectiva de te encontrar não me dava calafrios. Ok, minto! Sempre senti calafrios ao pensar que iria te ver.
Talvez por isso não tenha dado certo. Amei-te demais, mais do que pude suportar, do que pude entender, mais do que pude sentir. E isso não é bom.
Olho as pessoas passando. Aquela, com um lenço israelense pode ser você. Ou aquela toda fashion, num sobretudo excessivo para o outono curitibano. Mas elas não são você.
Esses dias passei naquele lugar onde você me beijou pela primeira vez. Sim, você! Concordo que te provoquei, mas a iniciativa foi sua. Tudo lá mudou, ou foi eu que mudei? Ainda dou uma olhadela para a escada da sua antiga casa para ver se não te encontro em flor, de shorts curto e sorriso largo. Mas você não está mais lá. Penso onde você poderia estar e só consigo querer que esteja aqui ao meu lado.
Vejo os carros passando e penso que você poderia estar num deles. Acho que não esqueci como era o som de sua voz, como era seu sorriso. É, do seu sorriso eu não esqueci.
Provei outros lábios, fiz novos amigos. Queria estar ao seu lado quando de mim você precisou. Conheci lugares que eu tenho certeza que você também gostaria.
Tento lembrar de outros sorrisos, outras histórias, outros lugares. Tento lembrar de outros beijos, outros abraços, outros amigos e amores, mas é a você que eu amo mais.(Alvaro Fonseca)